




Você mereceu
Exposição individual
2018 -
Fotos de viagens rasuradas, bilhetes afetuosos destruídos, o
vazio deixado pelo saque de móveis da casa: Você Mereceu elenca violências,
despojos de ódio e a ameaça de vingança pornográfica que atravessei ao fim de
um casamento de quatro anos. Após o fim do relacionamento e a destruição de
grande parte das memórias conjugais, fui
ameaçada de ter as fotografias de algumas de nossas relações sexuais publicadas
na internet.
Catalogando o que havia sobrado do fim desta relação, compreendi que os ciclos de vingança precisavam ainda ser finalizados, decidindo eu mesma levar ao público as fotografias com as quais era ameaçada. Debruçada sobre os registros de uma das nossas últimas viagens, editei uma narrativa que me têm como foco dos jogos sexuais, o que consequentemente me obriga a antecipar os medos de rechaço e lidar com a vergonha e a violência da exibição pública do meu corpo em contextos íntimos, reorganizar os resquícios do caos e dialogar com o poder coercitivo do outro sobre mim.
Reunindo bilhetes deixados para trás, fotografias riscadas, pedaços de objetos quebrados, atuo sobre um conjunto de memórias de amor e de ódio, elaboro uma narrativa que, mais que apontar para a vingança, aponta para a assunção de corpo e minhas memórias, reelaboro e interpreto o olhar pra trás, escolho o que trazer de volta e como dar a ver, em um processo que é muito sobre catarse e (re)tomada de si.
Obra premiada pelo edital TAC - Temporada das Artes Cearenses do Instituto Dragão do Mar, exposta na Multigaleria do Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar de nov a jan de 2017.
Catalogando o que havia sobrado do fim desta relação, compreendi que os ciclos de vingança precisavam ainda ser finalizados, decidindo eu mesma levar ao público as fotografias com as quais era ameaçada. Debruçada sobre os registros de uma das nossas últimas viagens, editei uma narrativa que me têm como foco dos jogos sexuais, o que consequentemente me obriga a antecipar os medos de rechaço e lidar com a vergonha e a violência da exibição pública do meu corpo em contextos íntimos, reorganizar os resquícios do caos e dialogar com o poder coercitivo do outro sobre mim.
Reunindo bilhetes deixados para trás, fotografias riscadas, pedaços de objetos quebrados, atuo sobre um conjunto de memórias de amor e de ódio, elaboro uma narrativa que, mais que apontar para a vingança, aponta para a assunção de corpo e minhas memórias, reelaboro e interpreto o olhar pra trás, escolho o que trazer de volta e como dar a ver, em um processo que é muito sobre catarse e (re)tomada de si.
Obra premiada pelo edital TAC - Temporada das Artes Cearenses do Instituto Dragão do Mar, exposta na Multigaleria do Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar de nov a jan de 2017.